segunda-feira, 12 de janeiro de 2009

Fascinação

O seu amor era uma coisa de louco,

Sentia-se pelos seus olhos que faiscavam,

como labaredas vivas.

Era um sentimento tão profundo,

Que nenhum poeta resolvera a poetizar,

Nenhum musico se ousara a musicar

Nenhum pregão se atrevera apregoar

Aquele homem enfeitiçara a criatura ,

Com seu eterno ar de beberão, seu andar cambalido,

Suas roupas sujas e fedorentas.,

Passava dias e mais dias fora de casa e quando voltava,

Recebia a mesma guarida a mesma receptividade,

Nunca lhe dava um vintém, mas aquela mulher o sustentava

Tirando o pão da sua própria boca pra saciar a sua fome,

Era uma coisa de louco o seu amor dava lhe carinho

Como se fosse um príncipe e recebia um rústico tratamento

de escrava rebelde,

Chorava pelos cantos, mas a sua face não perdia aquela gostoso ar de sorriso,

E eu no seu colo ninado em ritmo do seu desabafo, a rotina continuava,

O seu amor cada vez mais largo e extenso e como retribuição a ingratidão.

Aquele homem era meu pai e aquela mulher sublime criatura era a minha mãe.

Eu tive a minha estória e aprendi com aquele amor louco um grande enredo,

Que o amor é uma força magnética , que faz o ser doar-se por completo

E leva a criatura a voar tão alto que ate os desaventos retribuídos

Forma canções pra balançar a raiz mais profunda da razão

Da existência a alma.

Raí Simplicidade.

07/01/2009



Brasil Verde A.G 21

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