Fascinação
O seu amor era uma coisa de louco,
Sentia-se pelos seus olhos que faiscavam,
como labaredas vivas.
Era um sentimento tão profundo,
Que nenhum poeta resolvera a poetizar,
Nenhum musico se ousara a musicar
Nenhum pregão se atrevera apregoar
Aquele homem enfeitiçara a criatura ,
Com seu eterno ar de beberão, seu andar cambalido,
Suas roupas sujas e fedorentas.,
Passava dias e mais dias fora de casa e quando voltava,
Recebia a mesma guarida a mesma receptividade,
Nunca lhe dava um vintém, mas aquela mulher o sustentava
Tirando o pão da sua própria boca pra saciar a sua fome,
Era uma coisa de louco o seu amor dava lhe carinho
Como se fosse um príncipe e recebia um rústico tratamento
de escrava rebelde,
Chorava pelos cantos, mas a sua face não perdia aquela gostoso ar de sorriso,
E eu no seu colo ninado em ritmo do seu desabafo, a rotina continuava,
O seu amor cada vez mais largo e extenso e como retribuição a ingratidão.
Aquele homem era meu pai e aquela mulher sublime criatura era a minha mãe.
Eu tive a minha estória e aprendi com aquele amor louco um grande enredo,
Que o amor é uma força magnética , que faz o ser doar-se por completo
E leva a criatura a voar tão alto que ate os desaventos retribuídos
Forma canções pra balançar a raiz mais profunda da razão
Da existência a alma.
Raí Simplicidade.
07/01/2009
Brasil Verde A.G 21
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